Capítulo 15 

“Tu é que está viajando na maionese, é?” 

Desde que Lucas Ramos entrou, o sorriso não saia do seu rosto, e Marcos Rocha, que conhecia ele há anos, achou aquilo estranho. Lucas sempre foi um cara sério, e agora parecia 

um bobo alegre. 

Encostado na mesa ao lado, Lucas Ramos deu um sorrisinho e falou, “Acabei de encontrar uma mina là no terraço.” 

“Como é que é?” 

“Ela achou que eu tava tirando foto dela, agarrou meu celular e me deu uma bronca.” 

Marcos Rocha franziu a testa, “E eu diria que tu está até gostando disso. está caidinho por ela. 

é?” 

Lucas Ramos só sorriu, sem dizer nada. 

Marcos Rocha ficou curioso. 

Ele, Marcelo Lopes e Lucas Ramos cresceram juntos. A família Rocha não era tão poderosa quanto as familias Ramos e Lopes, que eram pau a pau na Cidade Viana. Tanto Lucas quanto Marcelo eram filhos únicos e foram criados para serem os sucessores. 

Mas uns anos atrás, Lucas Ramos ficou doente e levou mais de dois anos para se recuperar. Depois disso, seus pais pareceram relaxar, deixando ele fazer o que bem entendesse, contanto que fosse feliz. 

Nesses anos, ele se jogou na música, nas artes, no esqui e nas corridas. Tinha um monte de interesse, mas passava longe de mulher. Sua vida amorosa era um deserto, tanto que Marcos Rocha até suspeitava que ele não curtia minas. 

Então, ver Lucas interessado numa garota era algo que não dava para ignorar. 

“E essa gata, era bonita?” 

Lucas Ramos lembrou de Flávia Almeida, a mulher que tinha encontrado minutos atrás. 

Cabelos meio úmidos caídos nos ombros, olhos erguidos ao horizonte. Mesmo não conseguindo enxergar bem, dava para notar que ela era um espetáculo, até de cara lavada. 

Claro, ele achou mais marcante o jeito que ela arrancou o celular da sua mão. 

“Bonita demais.” 

“E o nome dela? Não pegou nem o Whatsapp?” 

“Não deu tempo.” Lucas Ramos disse, um pouco frustrado, “Parece que ela tem um parente internado aqui, pegou o telefone e saiu voando.” 

Marcos Rocha ficou sem palavras, “Então ficamos no zero a zero.” 

12:47 

Não demorou muito e o celular tocou. Era Marcelo Lopes do outro lado, com sua voz gelada. “Morreu, for?” 

Marcos Rocha respondeu na brincadeira, “Morri, vem fechar meu caixão.” 

“Sem pracinhas, bora pra fora.” 

Quando sairam do Centro Médico Luz da Vida, o carro de Marcelo Lopes já estava do outro lado da rua, com o motor ainda ligado. 

So quando entraram no carro é que viram que era o próprio Marcelo que dirigia. 

“Cade o Pedro?” 

“Ja foi pra casa.“ 

Marcos Rocha estranhou, “Teu assistente tem folga? Não é pra ficar de plantão 24 horas?” 

Marcelo Lopes ignorou o comentário sarcástico e olhou para a mão enfaixada de Marcos. perguntando pra Lucas, “Tu está bem?” 

Lucas sorriu, “Estou tranquilo, grças ao Marcos que me salvou de uma boa, senão tava ferrado.” 

Eles tinham dado azar mesmo. Saindo do hotel, a porta de vidro quebrou bem na hora que a empurraram, mas conseguiram escapar com apenas um corte na mão de Marcos

Marcelo Lopes deu a partida, “Ele queria te usar como escudo, mas calculou mal.” 

Marcos fez uma careta, “Só você mesmo com esse pensamento doentio. Não é à toa que tua ex te largou!” 

“Ex? Como assim?” 

Lucas Ramos, curioso, entrou no assunto. 

No ano em que Marcelo Lopes se casou, ele não conseguiu voltar para o casamento por causa de um tratamento médico e passou a maior parte do tempo no exterior. Ele nunca chegou a conhecer a esposa de Marcelo Lopes, mas ouviu Marcos Rocha e outros comentarem que ela era uma mulher bonita, porém obediente. 

Naquela época, aqueles caras sem escrúpulos apostavam no grupo que Marcelo Lopes não duraria três meses casado. Mas os meses se passaram, e num piscar de olhos já se iam mais de três anos. 

Ele até pensou que o casal tinha se estabilizado, mas logo que voltou, soube que eles estavam se divorciando. E pelo que Marcos Rocha insinuou, a iniciativa partiu da esposa do Marcelo Lopes, o que despertou ainda mais sua curiosidade. 

Ao mencionar isso, parecia que Marcos Rocha nem sentia mais a dor da ferida, e animado, contou: “Deixa–me te contar uma coisa, irmão, esses dias a gente cruzou com a esposa dele no escritório, ele pensou que ela tava no pé dele, mas ela nem deu bola, mandou ele pastar e vazou, e o cara ainda peitou, falando que era briga de marido e mulher…” 

2/4 

12:47 

Marcelo Lopes ficou pálido: “Fecha essa matracal” 

Marcos Rocha soltou um “tsk” e provocou: “Levou um fora e ainda não quer que eu fale.” 

A vela na testa de Marcelo Lopes pulsava. 

Lucas Ramos deu um tapinha na perna de Marcos Rocha, que se tocou e mudou de assunto: “Falando nisso, Marcelo tem ação no Centro Médico Luz da Vida, né? Podia pedir um favor pra checar uns dados daquela mina.” 

“Que mina?” Marcelo Lopes perguntou. 

Marcos Rocha, cheio de enfeites, contou o que tinha rolado no hospital. 

Marcelo Lopes reagiu como Marcos Rocha, surpreso mas não rejeitou, e quis saber mais: “Como é que ela e?” 

Marcos Rocha tirou onda: “Se liga na descrição do cara, parece que é uma deusa que desceul à Terra.” 

Lucas Ramos também riu: “Realmente parece uma deusa, só é meio estressada, mas até que 

é uma graça. 

Marcelo Lopes pensou um pouco e falou: “Tem mais alguma coisa que eu deva saber? Daqui a pouco eu ligo pra dar uma sondada.” 

Lucas Ramos balançou a cabeça: “Deixa pra lá, se ela souber que eu estou fuçando a vidal dela, vai ficar pistola. Deixa acontecer, se tiver que ser, a gente se esbarra de novo.” 

Marcos Rocha arqueou uma sobrancelha: “Cê mal viu a garota e já sacou o temperamento dela?” 

“Intuição, né? Se a mina encara até quem ela acha que está filmando ela e mete a mão no celular do cara, com certeza não curte ser investigada por baixo dos panos.”  S~ᴇaʀᴄh the Find ɴøᴠel.nᴇt website on Gøøglᴇ to access chapters of novels early and in the highest quality.

Marcelo Lopes concordou: “Deixa rolar, se forçar a barra pode dar ruim.” 

Marcos Rocha provocou: “Olha só, um está no meio dum divórcio, o outro na seca, e os dois. discutindo a mente feminina. Isso não é engraçado? Com toda a minha experiência, vocês nem pensam em me consultar, né?” 

Marcelo Lopes simplesmente ignorou o comentário. 

Lucas Ramos olhou ele com um canto de olho e decidiu ser direto: “Se tu entendesse as mulheres, teria levado pé na bunda umas quinze vezes? Guarda teus conselhos fracassados pra você.” 

Marcos Rocha ficou sem palavras. 

Flávia Almeida chegou ofegante de volta ao quarto do hospital, onde o médico estava examinando sua mãe. Ela segurou a respiração e ficou de olho, com medo de perder qualquer detalhe. 

3/4 

12:47 

Enquanto examinava, o médico perguntou à enfermeira: “Você tem certeza de que viu os olhos da paciente se mexerem agora há pouco?” 

A ennfermeira confirmou rapidamente: “Quando a outra enfermeira veio trocar os curativos, eu vi os olhos dela se mexerem e anotel. A enfermeira também viu, pergunta pra ela.” 

A enfermeira comentou: “Parece que mexeram sim, mas foi tão rápido que não tenho certeza se não foi impressão minha.” 

O médico continuou o exame em silêncio. 

Com o coração na mão, Flávia Almeida perguntou assim que o médico terminou: “Dr. Mendes, minha mãe está prestes a acordar?” 

Dr. Mendes balançou a cabeça e disse, “Não dá pra confirmar ainda, um movimento isolado dos olhos não quer dizer multa coisa, tem que ficar de olho. Se a paciente começar a mexer os olhos com mais frequência, ou se a gente perceber que ele está mexendo a cabeça, aí sim pode ser que ela esteja começando a acordar.” 

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