Capítulo 24 

Antonia Carvalho mal conseguia acreditar no que estava ouvindo. Depois de tudo que ela havia dito, Flávia Almeida só conseguia pensar em como reconquistar seus bens? 

Com um olhar indiferente, Antônia encarou Flávia. “Você está viajando, Flávia Almeida? Eu disse que o Marcelo não te ama e agora estou grávida dele. Você ainda tem a cara de pau de ocupar o lugar da Dona Lopes, não se toca não?” 

Flávia riu. “Senhorita Carvalho, você é estrela, mas já pensou o que aconteceria se eu jogasse o que você está falando na internet? Fofoca pra cá e pra lá, forçando a barra pra divorciar, sua reputação de anos iria por agua abaixo. Você teria coragem de suportar tudo isso?” 

Antónia não se intimidou e até sorriu com arrogância. “Flávia, eu já vi de tudo nessa carreira. Lembra do acidente que eu causei? Virou uma bagunça, mas logo depois, quem diria, foi só a poeira baixar. Por que você acha que sempre saio ilesa? Quem tem poder pra isso além do Marcelo? Tá, perdi um mês de holofote, mas ganhei a dublagem em ‘A Guerra dos Tronos‘.” 

O sorriso de Flávia esfriou. 

“Dublagem do quê?” 

“A Guerra dos Tronos‘, aquele joguinho qualquer…” Antônia olhou para ela com desprezo. “Por que estou te contando isso? Se liga, Flávia, cai fora. Quando a barriga crescer, você vai ser chutada pra escanteio. Mesmo que a Vó Lopes não queira, você acha que ela vai deixar o sangue dos Lopes fora da família?” 

Flávia sentiu as mãos tremerem e um calafrio percorrer sua espinha. 

Fazia sentido ele ter aparecido na Criativa Digital Ltda. no dia do teste! 

E a contratação com a Criativa Digital Ltda., de repente mudou de curso! 

Ele tinha roubado o contrato dela para bajular outra mulher! 

Será que Marcelo Lopes já teve um pingo de respeito por mim? 

Vendo a cara de nojo de Flávia, Antônia pensou ter atingido o ponto fraco dela e alfinetou mais forte. “Pra ser sincera, a Patricia Batista já sabia que estou grávida. Ela me prometeu, se for menino, Marcelo vai ter que me assumir. Ai eu quero ver quem da familia Lopes vai ficar do seu lado.” 

Flávia estava possuída pela raiva, pálida como papel, apenas fixou seu olhar em Antônia e gritou uma palavra 

“Vaza!” 

Antônia sentiu que havia conseguido o que queria e, sem perder tempo, soltou mais algumas farpas e saiu com sua bolsa. 

Na Reserva do Sol, eram dez e meia da noite. 

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Na Cidade Viana, a chuva de março cala sem parar. 

A chuva que começou por volta das duas da tarde não tava com cara que ia parar. 

A janela do escritório estava entreaberta, e o som da água caindo era incessante. 

Marcelo Lopes gostava de trabalhar ou ler em silêncio, onde se concentrava melhor. Mas ultimamente, o excesso de silêncio distrala ele. 

Quando Flávia estava por perto, ele vivia dizendo para ela não entrar no escritório enquanto trabalhava. Mas ela nunca obedecia, sempre vinha trazer frutas ou leite com biscoitos para o lanche da noite. 

E toda vez que terminava de trazer essas coisas, ou arranjava desculpa para fazer faxina, ou para fazer uma massagem nas costas dele, o fato é que ela se enfiava lá e não saia mais. Quando ele não conseguia mandar ela embora, simplesmente desistia de se importar, só dizia pra ela que não podia fazer barulho nenhum. 

Ela prometia que ia ficar quietinha, mas não demorava muito e começava a suspirar alto. Quando ele já não aguentava mais e perguntava o que era aquilo, ela sorria com os olhos e começava a elogiar como ele escrevia bern, como conseguia entender toda aquela sopa de números e dados… 

Fazia parecer que ter uma letra bonita e entender de documentos era motivo de orgulho…. 

Antes, ele achava ela uma tagarela insuportável. Agora que ela não estava por perto, ele sentia 

falta dela. 

Os sons vindos de fora da janela não ajudavam em nada, ele queria ouvir outra coisa

“Toc toc –” 

O som da batida na porta interrompeu seus pensamentos, Marcelo Lopes voltou à realidade e disse de forma desinteressada, “Entra.” 

A empregada entrou com uma xícara de chá. 

“Senhor, o chá de hibisco com jujuba está pronto, servi uma xícara pro senhor.” 

Marcelo Lopes tirou os óculos e apertou o canto dos olhos, cansado, “Obrigado, pode deixar al.” 

A empregada colocou o chá na mesa e saiu. 

Marcelo Lopes pegou a xícara e deu um gole, franzindo a testa logo em seguida. 

Não era o mesmo sabor de antes, estava azedo a ponto de embrulhar o estômago. 

Ele não continuou bebendo, colocou a xícara de lado e ia pegar um livro quando o celular 

tocou. 

Olhou e viu um número desconhecido, então ignorou. 

Depois que o toque parou, ouviu outra ligação de novo e ele atendeu sem pressa. 

12:52 

2/4 

Capitulo 24 

“Aló, é o Sr. Pinto? Sua esposa está aqui no nosso bar, bebeu além da conta, pode vir buscá–la?” 

“Você ligou pra numero errado.” 

Marcelo Lopes disse isso de forma indiferente e desligou. 

Mas não demorou muito e ligaram outra vez. 

Ele atendeu novamente, já impaciente.. 

“Não, não está errado não, ela deu esse número mesmo. Sr. Pinto, sua mulher está em casa? Como é que o senhor está tão certo de que não é ela?” 

Marcelo Lopes respondeu irritado. “Eu não sou Pinto.” 

E desligou mais uma vez. 

Dessa vez não ligaram mais, mas alguns minutos depois, ele recebeu uma foto por mensagem. O lugar estava meio escuro, mas dava para ver claramente que a mulher desacordada no balcão do bar era Flávia Almeida. 

O olhar de Marcelo Lopes escureceu e ele ligou de volta imediatamente, “Onde fica o bar?” 

“Onde está minha bebida?” 

Flávia Almeida, com os olhos apertados, balançava o copo vazio e falou com a lingua enrolada, “Quem foi que bebeu minha bebida?” 

O barman entregou ela um copo d’água, tentando acalmar ela, “Sua bebida está vindo.” 

Flávia deu uma gargalhada e tomou um grande gole, mas no segundo seguinte cuspiu tudo de volta. 

Ela franziu a testa, claramente descontente, “Tá me enrolando com água? está com medo de eu não pagar pela bebida? Olha aqui, meu marido é rico! Ele pode comprar todos os bares de Cidade Viana, acha mesmo que vai ficar devendo sua conta? Me serve uma bebida!” 

O nunca tinha visto uma bebedeira daquelas. Se você dissesse que ela estava bêbada, ela ainda sabia diferenciar água de bebida; se dissesse que estava sóbria, era um falatório sem fim, sem conseguir dizer onde morava, e as baboseiras salam sem parar. 

Num momento dizia que seu marido era um magnata, que tinha carros suficientes para lotar um estacionamento, que só saía de casa de Cadillac ou RollsRoyce, que viajava para a Europa em jatinhos particulares. Noutro, choramingava que ia se divorciar e perder tudo, perguntando como fazer para arrancar mais dinheiro no acordo. 

O barman estava até com inveja, casar com uma madame rica era um sonho que ele não tinha faz tempo. 

17.47 

Capitulo 24 

De repente, um estrondo tomou conta da entrada, um carro esportivo cinza–chumbo parou com estardalhaço na calçada em frente ao bar, levantando uma onda de água. 

Alguém gritou perto, “Caramba, um Bugatti!” 

O barman ficou surpreso e num instante viu a porta do carro se abrir e um homem sair, abrindo um guarda–chuva e caminhando em direção à entrada do bar. 

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