Capítulo 29 

“Como la saber? Chamel quern tava na lista, se seu nome não foi chamado, é porque curriculo não tinha. 

A mulher falou e apertou o botão do elevador. 

“Não é possível! Eu pedi pra alguém entregar, como pode não estar ai? Será que sumiu? Mana, você pode dar mais uma olhadinha pra mim?” 

A mulher franziu a testa: “Mas que mala sem alça você é, hein? Já disse que não tem, não tem. São só um punhado de currículos, será que eu não sei contar?” 

Francisca Ferreira fez uma cara de quem não queria confusão e forçou um sorriso: “Mana, não é por al… Esse teste é mó importante pra gente, dá uma força aí. Deixa a gente tentar mais uma vez, rapidinho, sem atrapalhar muito.” 

“Não tenho esse poder todo não, e além disso, o elenco já está fechado. Em vez de ficar aquí, vocês deviam correr atrás em outro lugar.” 

Assim que terminou de falar, o elevador chegou, e a mulher entrou sem olhar para trás. 

“Como assim não tem currículo?“, Francisca Ferreira estava desesperada e ligou para o amigo que tinha pedido para entregar o documento. 

Flávia Almeida ficou calada ao lado. 

A verdade estava na cara alguém tinha trocado seu currículo.. 

– 

Em uma produção do Paulo Silva, a briga por papéis era sempre braba. Se Francisca Ferreira conseguiu enfiar o currículo dela na pilha, com certeza alguém achou um jeito de dar um sumiço no dela. 

Sendo uma novata sem contrato com nenhuma agência, mesmo que tivesse sido trocada, não 

tinha muito o que fazer. 

Depois de desligar o telefone, Francisca Ferreira falou todos os palavrões que conhecia. 

Depois de xingar até cansar, olhou para Flávia Almeida e sentiu um peso na consciência. Afinal, tinha prometido mundos e fundos, e agora estava ali, de mãos abanando, deixando al 

amiga na pior. 

“Flávia, desculpa ai, não imaginel que la dar nisso. Vou ficar de olho em outros papéis pra você… 

“Enquanto não assina, tudo pode mudar, né?“, Flávia Almeida soltou essa do nada, e Francisca Ferreira ficou sem entender: “O que você está pensando em fazer?” 

Flávia Almeida sorriu de canto de boca: “Vou tentar a sorte. Se me jogarem pra fora, finge que nem me conhece.” 

Antes que Francisca Ferreira pudesse dizer mais alguma coisa, Flávia Almeida tirou os óculos 

12:54 

Caculo 25 

de armação preta, amarrou o cabelo e vestiu um blazer. Bateu na porta do quarto do hotel.  sᴇaʀᴄh thᴇ FindNʘᴠᴇl.nᴇt website on Gøøglᴇ to access chapters of novels early and in the highest quality.

“Boa tarde, serviço de quarto.” 

No segundo seguinte, a porta se abriu e Flávia Almeida foi convidada a entrar. 

Francisca Ferreira quase saltou os olhos da cara. Dá pra fazer isso? 

Flávia Almeida entrou de cabeça baixa. 

O local do teste era uma suite espaçosa. 

A pessoa que abriu a porta falava enquanto caminhava: “A ventilação do banheiro está meio ruim, dá uma geral lá, trouxe desodorizador?” 

Percebeu que Flávia tinha entrado de mãos abanando e ia perguntar, quando ela de repente entrou com tudo na sala e exclamou: “Diretor Silva, sou a candidata número dezessete, meu nome é Flávia Almeida, por favor, me dé uma chance de fazer o teste!” 

Todo mundo na sala percebeu que algo estava errado e tentaram impedir: “O teste já acabou. por favor, saia!” 

Flávia Almeida se debatia e gritava: “Enquanto não tem contrato, não acabou! O teste é aberto. não é pra achar o ator perfeito? Como podem ter certeza se nem viram todos os candidatos?” 

“Por favor, saia! O teste terminou, se continuar assim, vamos chamar a policia!“, Flávia Almeida tinha força, e dois homens quase não conseguiram segurá–la. 

“Diretor Silva! Me dé só uma chance, sete minutos, não, cinco minutos, só cinco, Paulo Silva!” 

Enquanto o tumulto crescia, a porta do escritório se abriu e Paulo Silva apareceu, franzindo a testa e perguntando: “O que está pegando aí fora?” 

Os funcionários estavam prestes a explicar, quando Flávia Almeida se desvencilhou dos dois e tomou a frente, dizendo: “Diretor Silva, sou a atriz de teste número dezessete, Flávia Almeida. Por favor, me dê uma chance de fazer o teste.” 

Paulo Silva a examinou de cima a baixo e perguntou: “Seu curriculo não foi enviado.” 

Me chamo Flávia Almeida, tenho 25 anos, formada pela Universidade F em Teatro, turma de 

2019.” 

“Algum trabalho realizado?” 

Flávia Almeida apertou os dedos, com voz baixa: “Nenhum.” 

“Nenhum?“, Paulo Silva parecia surpreso: “Mudou de carreira após se formar?” 

“Não é isso“. Flávia Almeida hesitou antes de continuar: “Depois da formatura, por razões pessoais, não trabalhei. Só participei de algumas peças de teatro universitário.” 

“Então você não tem experiência prática.” 

Flávia Almeida não respondeu, o que foi como um consentimento. 

“Se não trabalhou na área nos três anos após a graduação, por que agora quer voltar?” 

Diante de um diretor experiente como Paulo Silva, falar em paixão seria motivo de piada. Ele já tinha visto mais gente do que ela tinha comido arroz na vida. Assim, Flávia Almeida foi direta: “Estou precisando de dinheiro.” 

Paulo Silva a olhou com surpresa. 

Flávia continuou: “E preciso de um trabalho que me dê reconhecimento, para provar meu valor. Diretor Silva, peço que me de uma chance de fazer o teste e de ao personagem a 

oportunidade de escolher novamente.” 

Paulo Silva riu levemente: “Você é jovem, mas tem uma fala ousada. Sem nenhuma experiência, de onde vem essa confiança?” 

Flávia Almeida balançou a cabeça: “É apenas uma aposta na sua meticulosidade na escolha dos atores, Diretor Silva.” 

Antes que Paulo Silva pudesse responder, um barulho veio de dentro do quarto, e logo ele recuou para dentro, reaparecendo pouco depois. 

No instante em que a porta se fechava, Flávia Almeida vislumbrou duas pernas trajando calças de terno, longas e retas, desaparecendo num relance. 

“Tudo bem, dou–lhe essa chance. Tadeu, dé a ela o roteiro“, disse Paulo Silva, olhando o relógio: “Decore e atue, vOCA 

tem apenas cinco minutos. Quando estiver pronta, começamos.” Flávia Almeida imediatamente tensionou os nervos, passando os olhos rapidamente pelo 

texto. 

O papel que disputavam era o de quarta protagonista feminina, uma dama da corte que entra no palácio com a protagonista. No começo, as duas são amigas próximas e se ajudam mutuamente, mas conforme ambas são promovidas, a relação começa a rachar, culminando em um conflito entre as irmãs. 

A cena que Paulo Silva escolheu era justamente quando a protagonista descobre que a pessoa que a envenenou era sua melhor amiga, marcando o ápice da ruptura entre elas. 

Três páginas de diálogo, com mudanças emocionais rápidas, que realmente desafiam a habilidade do ator. 

O quarto estava em silêncio, apenas o som das páginas sendo viradas por Júlia Estrela. Dois minutos depois, Flávia Almeida ergueu a cabeça: “Estou pronta.” 

Paulo Silva acenou: “Comece.” 

Com um olhar elevado, a calma de Flávia desapareceu, substituída por uma expressão suave e frágil: “Majestade, a Jade tinha dezesseis anos quando entrou no palácio com Esmeralda, e elas tinham um carinho profundo uma pela outra. Quando Jade foi punida pela Condessa Clara e ficou à beira da morte, foi Esmeralda que arriscou a própria vida para salvá–la, adoecendo com uma tosse severa e noites insones. Esmeralda a tratava como uma irmã, por 

que haveria de lhe causar mal?” 

Ao dizer isso, todos presentes ficaram atônitos. 

A interpretação de Flávia Almeida era tão surpreendente que assustava. Assim que ela começou a falar, as emoções fluíram na personagem. Seu rosto, antes cheio de 

determinação, agora mostrava uma expressão de extrema pena e vulnerabilidade, sem qualquer sinal de desconforto. Você até acreditaria que ela estava dizendo a verdade, que era ela a injustiçada. 

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